Tarifaço dos EUA Impactam Fortemente as Exportações de Joinville e Jaraguá do Sul

Cidades Catarinenses Entre as Mais Atingidas por Medidas Protecionistas Americanas

As cidades de Joinville e Jaraguá do Sul, importantes polos industriais de Santa Catarina, estão entre os 20 municípios brasileiros mais afetados pelas recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos. As medidas, que entraram em vigor em agosto de 2025, podem reduzir em mais de 20% as exportações dessas localidades.

Dados das Exportações Regionais

• Joinville: Exportou aproximadamente US$ 228 milhões em produtos como caldeiras, máquinas e equipamentos mecânicos para os EUA no último ano

• Jaraguá do Sul: Registrou vendas externas próximas a US$ 245 milhões, principalmente em máquinas, aparelhos elétricos e equipamentos de som

Segundo William Escher, secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Joinville, o impacto potencial chega a R$ 1,5 bilhão em exportações, representando 20% do total exportado pela cidade.

Principais Empresas Atingidas

As companhias mais afetadas nas duas cidades incluem:

• Tupy: Fabricante de blocos e cabeçotes para motores

• WEG: Produtora de motores elétricos e transformadores (responsável por 90% das exportações de Jaraguá do Sul)

• Whirlpool: Fabricante de eletrodomésticos

• Embraco (Nidec): Especializada em compressores para refrigeração

Razões do Forte Impacto na Região

Especialistas apontam três fatores principais que tornam essas cidades particularmente vulneráveis:

1. Dependência do mercado americano: 20-25% das vendas totais das indústrias locais têm os EUA como destino

2. Produtos diretamente taxados: Máquinas e equipamentos (setores-chave da economia regional) foram alvo de tarifas de 50%

3. Volume expressivo de exportações: Milhões de dólares em vendas externas anuais

Consequências Econômicas e Sociais

O setor industrial, responsável por milhares de empregos na região (34 mil somente em Jaraguá do Sul), enfrenta desafios significativos:

• Estudo da UFMG estima perda de até 110 mil empregos no Brasil, sendo 26 mil na indústria

• Redução potencial de R$ 1,7 bilhão no PIB catarinense

• Possível desaceleração na produção e consumo local

Reações e Adaptações das Empresas

As companhias afetadas já buscam alternativas:

• WEG: Considera ampliar produção no México para contornar as tarifas

• Tupy: Mantém monitoramento contínuo da situação

• Whirlpool: Destaca sua produção local como fator de resiliência

A Câmara Municipal de Joinville já realizou debates sobre o tema, com participação de autoridades locais e representantes empresariais. Enquanto soluções são buscadas, o cenário permanece desafiador para as exportações da região.

Fontes: Dados oficiais das prefeituras, declarações de empresas e especialistas consultados